Gabriel Yamin Nogueira tem 13 anos e se prepara para enfrentar o nono ano – o último do ensino fundamental. Uma fase marcante para qualquer adolescente, mas que chega também com uma nova forma de se enxergar. Até os seis anos de idade, nem sabia que tinha nanismo. “Fui chamado de anão. Acreditava que anão só existia em filme da Branca de Neve”, conta.
Não que ele não tivesse notado que havia algo diferente, pois já se percebia menor que os irmãos, Laura e Fernando, mesmo sendo o mais velho da turma. Foi então que os pais, Marlos e Juliana, perceberam que era hora de contar-lhe a própria história.
História que virou palestra. Gabriel foi um dos que falaram durante o evento A Igreja na Cidade, no último sábado, 30/11, em Goiânia. O evento, que teve três dias de duração, foi palco de compartilhamento de experiências das mais diversas, como a de Maurício Cunha, Secretário Nacional dos Direitos Criança e Adolescente do MMFDH. – do professor Elias Binja e do Presidente do Instituto Total, Paulo Borges Júnior, entre outros.
Porta-voz e inspirador do Movimento Somos Todos Gigantes (STG), Gabriel foi o mais jovem palestrante. Contou como a família descobriu o nanismo, ainda na 32ª semana de gestação, as previsões dos médicos e as orações, em que Juliana e Marlos tinham um pedido especial: que Deus o trouxesse exatamente como ele é.
O relato de Gabriel traz um dado que, para muitos, é surpreendente: mesmo para ele, o nanismo era uma condição cercada de desconhecimento. “Até os meus nove anos, não conhecia ninguém com nanismo. Meu mundo era desconhecido para mim”, disse.
Assim, nasceu o Somos Todos Gigantes. O movimento surgiu para que outras pessoas como Gabriel e suas famílias tenham uma fonte segura de informações. No fim, ele deixou o recado, que serve não apenas para quem tem nanismo, mas para todos: assumam suas responsabilidades.