A mãe dela vai encerrar o ciclo do quadro Vida de Gigante nesta terça-feira contando mais um caso de vitória do amor sobre diagnósticos letais
Meu nome é Magda de Souza Santos e essa é minha filha, minha princesa e guerreira Julya Multa de Souza Lopes. Bem, minha gravidez era de risco. Meu líquido tinha aumentado e tive que fazer repouso. Até então só sabia que ela seria pequenina.
A minha Julynha nasceu dia 25 de dezembro de 2014 de 40 semanas. Ela nasceu de cesariana porque cada vez que eu sentia as contrações, os batimentos cardíacos dela diminuíam. Ela não iria nascer de parto normal.
Foto de Divulgação
Bebê Julya ainda no hospital
Quando a tiraram de dentro de mim, a levaram para outra sala. Foi quando escutei o choro dela duas vezes. Depois disso, vieram com ela, já entubada, pra eu ver. Até então não sabia o que estava acontecendo com ela.
Depois me levaram para uma sala de recuperação. Vi que havia uma outra mãe com o seu filho. Mas eu não estava com a minha. Daí veio um médico conversar comigo. Ele não me falou muita coisa. Só disse que era para me recuperar bem porque minha filha precisava de mim. Daí fui para o quarto, mas mesmo assim minha filha não estava comigo.
Ela estava na UTI Neonatal. Quando me recuperei um pouco, eu consegui me levantar da cama fui vê-la. Chegando lá, vi que ela estava entubada, respirando por aparelhos. Fiquei meio assustada porque não entendia bem o que se passava com ela.
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Julya com a avó materna, Maria Solange
O médico me chamou pra conversar e me disse que, pela característica, ela teria uma doença muito rara que se chamava de Displasia Tanatofórica. Ele disse que a cada 50 mil crianças, uma nasce com isso.
Ela foi uma delas. Eu só pedia a Deus para nada de mal acontecer com ela. Um dia, o médico disse que ela poderia fazer uma cirurgia de expansão toráxica. Conversei com um cirurgião e ele disse que ela poderia fazer essa cirurgia na tentativa de sair do respirador. Mas se não tivessem sucesso, ela continuaria no aparelho.
O médico ainda me disse que ela poderia viver apenas 3 horas, mas eu pedia tanto para Deus que cuidasse e não deixasse que nada de mal acontecesse… Daí para frente houve vários episódios de infecções. Muitas vezes tinha que ficar sedada porque não podia se agitar muito.
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Com a irmã Stefany
No dia 28 de junho de 2016, ela fez a segunda cirurgia para expandir o tórax. Julya ainda não saiu do respirador, mas depois das duas cirurgias não teve mais as infecções que tinha antes.
Tem momentos em que ela fica doentinha e outros quando está bem. Ainda está internada, e para quem dizia que ela iria viver por apenas três horas, com a graça de Deus, hoje ela já está com dois anos e sete meses. Firme e forte. Uma guerreira linda.
Ela ainda tem a possibilidade de ir pra casa. Entrei com um pedido na justiça para conseguir o home care e agora estou tentando terminar de construir seu quartinho.
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Gigante Julya e mamãe Magda irradiam alegria e amor
O contra piso foi feito, as paredes levantadas e o telhado já foi aplicado. Agora as obras estão paradas porque não tenho como terminar de fazer. E ainda falta muita coisa para terminar o quartinho da Julya.
Chegamos ao fim deste quadro que deixou tanta história escrita nas páginas do nosso portal de Nanismo do Brasil. Agradecemos a participação de cada um. Seja daqueles que estiveram nos bastidores da ação, influenciando positivamente o engajamento do público como foi o caso de nossos queridos parceiros Carmem Ferreira e Marco Antônio Alfredo, o Marcão; seja no caso de cada pessoa que enviou sua cartinha.
Se abrir com as pessoas, dividir sua história, expor seus sentimentos é um ato de muita coragem que certamente espalhou sementes de resiliência, compreensão e muito amor. O cultivo desse diálogo de gigantes frutificou em muitos corações novas percepções e atitudes que sem dúvidas vão enraizar nas realidades de cada um, espalhando a mesma coragem de viver compartilhada por aqui. Falando nisso… Compartilhe por aí. Curta e não deixe de marcar aquele amigo que precisa saber sobre nanismo tanatofórico ou que você acha que pode se beneficiar de qualquer maneira do nosso conteúdo.